Poema da Vida na Cidade

Vamos parar o tempo
Queremos mais ...
Queremos tudo ...
Não queremos nada ...

Vamos inventar outra forma
De pensamento, parado.
Não aguentamos essa rotina,
Queremos mais tempo.

Trânsito, buzinas, motos, carros.
Rotina sem parar, sem respirar.
Queremos mais e tudo ....
Mas não sabemos ...

Vamos parar o tempo ...
Talvez exista ar puro
No meio dos prédios
E da cidade cinza.

Queremos respirar fundo.
Poluição, caos, completa ilusão.
Vamos fingir ou fugir
Tanto faz, tanto fez.

Vamos parar o tempo
Não adianta, sempre vamos querer
Mais .... Tudo ....
Mas fingirmos não saber.

"As maiores mentiras são contadas para nós mesmos, 
por nós mesmos."

Destino

Não importa os traços a lápis
Os planos pensados e planejados
A vida não é um mero trapo
Traçado pelas filhas do destino

Por mais que a morte seja certa,
Espero que também tardia,
O resto do caminho e do desenho
Sempre será um fiar singular.

Que não é submisso
Nem aos deuses nem aos demônios.
Mas reafirmam o livre arbítrio
E o traçar indefinido.

Não importa os traços a lápis,
Podemos apagar e recomeçar.
As marcas do esforço podem prevalecer,
Mas os traços podem redesenhar.

Talvez, haja novas folhas,
Ou somente vamos rasurar
E continuar o que queremos,
Decidimos e almejamos.

"A única coisa que tenho orgulho do meu ceticismo (exagero de não crer)
é que o destino não existe e a vida é traçada pelos nossos atos."



Mulheres

Não me provoque assim.
Com seu jeito de mulher.
Cada gesto é um encanto.
Menina que não sabe o que quer.

Dança e faz de conta,
Mas só quer provocar.
É tão linda e sabe impressionar.
É tão inteligente e saber seduzir.

Mas por favor,
Não me provoque assim
Você sabe que eu não consigo
Resistir ao seus encantos.

Então, você fingi não olhar
Fingir não querer
Mas não posso resistir
Esse seu jeito de ser.

Me deixe chegar
Bem próximo do teu corpo
Sentir o calor da sua alma
E seu perfume natural ...

Você sabe me provocar,
Mas também sabe me perder
Você é mulher
E sabe o que quer.

Mulher carioca, paulista
Gaucha, nordestina,
Índia, mineira,
Você é mulher brasileira.

Então, me deixe chegar
Me aproximar dos teus lábios.
Tão perto do calor da sua boca
E sentir o gosto de seus .lábios.

Vou te amar, por um segundo
Quem sabe, por alguns minutos.
Uma hora ou um dia
O talvez, por meses ou toda a vida.

Então não me provoque assim,
Não vou me segurar.
Não vou me afastar.
Não vou me intimidar.

Você sabe o que quero
Você sabe que não resisto
Você sabe que eu gosto
Você sabe que é mulher

"Mulheres, tão lindas, tão inteligentes, tão cheirosas,
Tão mulheres ..."

Um segundo de loucura

Tudo não passa de um segundo
De distância e de tempo
Perco a vida, lutando
Contra demônios que invento ...

Sou mais demônio e meio anjo
Corro contra o vento
Perdido no tempo
Futuro ou passado imperfeito

Tudo não passa de um segundo
De embriaguez ou insanidade
Fora de si, fora de mim
Fora de toda realidade.

Sou mais anjo,
Mas não compreendo.
Sou meio demônio,
Mas tenho medo.

Tudo não passa de um segundo
De palavras soltas
De um som estridente
De um rock perdido

Enfrento todo medo
Corro contra o tempo.
Estou perdido, mas já me encontrei.
Estou sonhando, mas já acordei.

Tudo não passa de um segundo
De canções esquecidas
De um poema corrido
É quase tudo fantasia ...

"Um segundo de loucura, é só um segundo de devaneios"

Minas Gerais

Terra das minhas linda mulheres.
Me apaixonaria sem pensar
Por cada mulher, por cada mistério.
Por cada terra, por cada serra,

E o silêncio dessas moças.
E o sorriso tímido e olhar discreto.
E o jeito mineiro de ser.
Não há como ser melhor.

Olha o trem,
Vou de trem
Que trem é isso,
Que trem é aquilo

Uai, sô! uai é uai, uai!
Terra do pão de queijo
Do vou ali, vem cá.
Arreda, me espera.

Esse mineirês inventado
Copiado do inglês.
Esse povo bonito
Essa família unida.

Terra amada e odiada.
Conquistada e enganada
Sonho de liberdade.
Libertas quae sera tamen

E se fosse falar dos poetas
Dessas terra ...
Me sentira como um acento
Fora do lugar, da letra certa.

Mas posso falar das cidades ...
Das cachoeiras de Ipoema
Da infância em Itabira
E dos bares de BH.

Minas Gerais,
Terra de Tiradentes
De Guimarães Rosa,
Carlos Drummond de Andrade.

Terra do Zé,
Da dona Maria.
Da dona Geralda
Do meu pai, da minha mãe

Minha terra ...
Que nasci falando uai,
Que cresci falando trem
E morro dizendo saudade.

"Oh, Minas Geras. É tão linda e tão misteriosa. Cheia de riquezas e belezas, 
que só um coração mineiro pode apreciar ..."

O tempo

O tempo

Definitivamente o tempo é precioso.
E o problema é que demora tempo
Para se descobrir isso,
Para acordar ou parar.

O tempo passa numa velocidade
Parece acelerá a cada dia,
A cada mês, a cada ano.
O tempo não para.

Se parasse ...
No momento certo
Nas boas lembranças.
Ou só andasse devagar.

O tempo às vezes é intenso e curto
Como uma saborosa sobremesas
Como um beijo longo
Com uma noite inesquecível

Entretanto, o tempo é misterioso.
É insuficiente para o trabalho.
Tedioso num domingo à tarde.

Quando criança, era difícil
Espera o tempo passar,
O natal ou a pascoa chegar ...

Hoje, a velocidade assusta
Apavora, estressa, cansa.
O tempo se esgota tão rápido
É tão curto, mal existe, já acaba.

O tempo não para, disse o poeta
O tempo é relativo, disse Einstein
O tempo passou, disse alguém.

"Sem perceber o tempo passa rápido 
e é insuficiente para tudo."

Vai, vai, vai ...

Vai que o canto
Que invento
Se perde com o tempo.
É faz parar meu cata-vento.

Vai cantar e sorrir,
Dizer e falar,
Que a vida é assim.

Vai que a noite termina
E o dia se acaba
E não terminei
Tudo que precisava fazer.

Vai cantar e sorrir,
Sonhar e amar,
Que a vida é bela assim.

Vai que o dia de amanhã
Deixa de existir
Seja utopia ou distopia
A vida é assim.

Vai cantar e sorrir,
Chorar e sofrer,
Que a vida sempre é assim.

Vai e me diz
Que a vida já foi triste,
Mas hoje é feliz.
Amanhã talvez será.

Vai cantar e sorrir
Inventar e recomeçar
Que a vida é assim.

"Pequenas palavras ... a vida é assim"

A vida em verbos

Ah, é para cantar
É para sonhar
É para sorrir
É para viver

Ah, é para chorar
É para falar
É para beber
É para amar
´
Ah, é para ser feliz
É para levantar
É para não desanimar
É para viver

Ah, é para comer
É para respirar
É para sentir
É para saborear

Ah, é para lembrar
É para correr
É para nadar
É para viver

Ah, é para acreditar
É para cantar
É para recomeçar
É para ser feliz

"É para o que você quiser.
Ou conseguir fazer."

Pequenas e Pouco Confiáveis Verdades

Não me pergunte aonde estarei.
Quando você acordar,
Já terei partido.
Estarei em outro lugar.

Não espere que volte.
Não tenha esperança.
A embriaguez daquela noite,
Foi como ser criança.

A falta de preocupação
De atos impensados,
E a espontaneidade da ação
Foi só um breve momento.

Talvez cheio de boas intenções.
De boa conversa e estupidez.
Impressões e mentiras.
Pequenas projeções.

Confessemos, não somos altruístas.
Temos boas e más intenções,
Mas somos muito mais egoístas.
Temos muito mais maldade do que bondade.

Pois isso, aproveite a vida.
A noite, a tarde, o dia.
O breve passar da vida.
E finja esquecer ...

É tudo uma breve encenação
Que comove e emociona.
Uma peça de teatro sem ensaio.
Uma canção do falso coração.

Por favor, não me pergunte aonde estarei
Daqui a cem mil anos ou um milhão.
Não passarei de uma lembrança
Apagada na falsa eternidade.

"A realidade é uma inversão confusa da projeção de cada um. 
Diria que é um breve pragmatismo de palavras ensaiadas."

Oração

A oração é uma canção
Que vem da alma ...
Não importa se é para um deus
Ou se é por uma causa.

Ricos ou pobres podem orar.
Brancos, negros ou mestiços ...
Não há discriminação ou preconceito,
É um ato puro de bondade ...

A oração é pura devoção.
De um sentimento ...
Que vem do coração.
É desejo, é pensamento.

Seja na alegria ou na tristeza.
A oração é simplesmente esperança.
É um passo além ...
Das dificuldades ou felicidades.

A oração é a felicidade.
Gratidão ou revolta.
É um mar de devoção.
E simplicidade ....

É um momento único
De um instante de encontro.
De um segundo de vida.
De um segundo de esperança.

A oração é a simplicidade.
Das palavras de um analfabeto.
Um desejo de felicidade.
De um pobre e miserável.

É uma criança grata ou chorando.
É um jovem feliz ou triste.
É um adulto realizado ou fracassado.
É um idoso satisfeito ou amargurado.

"Encontro ceticismo em muitas coisas e pessoas.
Não acredito nas religiões moralistas ou preconceituosas.
Porém acredito na esperança e na humanidade 
e contraponho os profetas bíblicos: 
Feliz é o homem que tem tem esperança na humanidade."

Breve palavras

Terminaria tudo, com poucas palavras,
Antes de começar uma breve aventura.
Mas não posso deixar de sentir o perfume e o aroma.
Não posso deixar de provar este sabor.

Ah, lembraria do perfume daquela noite,
Mesmo embrigadado pela cores e luzes.
Sentiria cada aroma, mesmo que inventado.
Me entregaria as ilusões da vida.

Me renderia ao som daquele silêncio.
Mesmo não acreditando no amor.
Seria religioso, falso e mal intencionado.
Mesmo sendo cético, sincero e ...

Nessa noite de domingo,
Minha paixão é uma taça de vinho.
E meus desejos são impróprios.
Desfaço totalmente da razão.

Termino com palavras incompletas ...
Pois na insatisfação da existência
As próximas palavras são ocultas
E a vida é mistério incompreendido.

"Um breve fim de dia e um começo de semana ...
Palavras ao vento e incompletas ..."

Acaso, Caos

Por um momento ...
Por um instante ...
Tudo é quieto e silencioso
E bem definido e certo.

Mas o acaso,
De um movimento,
De um instante,
É uma inquieta confusão.

Um deslocar das leis naturais.
Sem explicação, uma equação,
Sem resultados óbvios
Ou esperados.

Por um momento ...
Por um instante ...
Tudo é tão planejado
Certo e correto..

Mas as ações e reações
Bem definidas e certas,
Se deparam com o acaso
A ironia de encontros e desencontros.

Tudo isso é um caos.
Desorientação e confusão.
Uma embriaguez de pensamentos.
Perfeitos e imperfeitos.

Por um momento ...
Por um instante ...
As ondas provocadas
Se aquietam ...

"O caos da vida, dos encontros e desencontros do acaso,
Podem provocar ondas pequenas 
ou tempestades passageiras"

À família e aos amigos

À família querida e aos amados amigos,
Obrigado pela vida, por cada momento.
Curto ou longo, de poucas ou muitas palavras.

Os que estão distante nunca se afastaram.
Os que se afastaram, nos desencontros da vida,
São sempre próximos (É só uma pequena contradição).

Todos estão próximos e são parte inerente
De cada respiração, suspiro e alívio.
Nunca distante estarão, pois são parte de mim.

Os que são pouco conhecidos, ou de pouco convívio,
Sempre são bem vindos para serem mais próximos.
Não há restrição na amizade, são só desencontros.

Se faltaram atenção e dedicação,
Perdoem minha pequena devoção.
Queria abraçar o mundo, mas é utopia.

Se as palavras foram poucas, ou curtas,
Com erros ou acertos, sem concordância,
Perdoe a hipocrisia e a ignorância.

Se os gostos são diferentes e estranhos,
As crenças e os pensamentos são opostos,
Não há riqueza maior nessa diversidade da amizade.

Muito obrigado, pela vida de cada um.
Por cada segundo, por cada instante.
São preciosos e sagrados.

"A vida é um pequeno poema, em que cada verso
 é composto de um familiar ou de um amigo, 
e cada frase é um momento descrito em palavras."

Um poema sobre Sexo

Sempre desejei escrever
Um poema sobre sexo,
Uma atração instintiva,
Uma suave pré-liminar.

Desejos carnais.
Mal interpretados
E condenados.
Alegria da vida.

Desprezo a banalidade
E também os velhos tabus.
Deixo de lado a moralidade
E falo sobre felicidade.

Sempre desejei escrever 
Um poema sobre sexo,
Fogo dos enamorados,
Dos apaixonados.

Cada toque se transforma
Em chamas ardentes,
Palavras quentes
De mentes em explosão.

Não sei de onde vem
Tanto desejo e excitação.
Quem pode compreender
A natureza da criação.

Os sentidos são as portas da alma.
Incompreendidos pela razão.
Apreciadores do prazer
Dos corpos nus em união.

Sempre desejei escrever 
Um poema sobre sexo.
Sem vulgaridade,
Sem moralidade.

Aprecio o contato,
A intimidade,
O desejo
E a sensualidade.


"Um breve poema, sobre sexo. Uma simples quebra de tabu. 
Não tão quente, como desejaria escrever ..."

Doce Ignorância

Diria que não acredito em nada,
Que possam me contar ou inventar,
Mas seria uma breve falácia.
Mentir e negar tal inocência.

Mas o que posso dizer diante da ciência?
Incapaz de trazer todas as respostas.
Soberba em suas teorias e especulações.
Sou apaixonador por ela, mas infiel a razão.

Digo o mesmo da religião,
Tão boa caridade e tanta moralidade.
Os pecados ditados e sacrificados,
São como incoerências, inconsistências.

Sou um jovem apreciador da ignorância.
Me resta crer e compreender tão poucas coisas,
Não pelas respostas a todas as perguntas,
Sim pelas não respostas de todas a perguntas.

Não creio em deuses nem diabos,
Paraísos, infernos ou purgatórios.
Um anjo decaído, um demônio regenerado.
Levo comigo meus próprios demônios e anjos.


Diria que não acredito em nada,
Que possam me contar,
Mas acredito na curta mentira,
Inventada de qualquer criança.

Não compreendo os intelectuais,
Mas entendo os loucos.
Não sei fazer cálculos complexos,
Mas finjo compreender a poesia.

Doce é a ignorância,
Pois experimento 
Uma gota do néctar do mundo.
E ainda não compreendo a vida.

"Doce é a ignorância, a fé nas pequenas coisas,  
o viver simples de cada dia e o valorizar das breves alegrias."

Loucura

Mãe,
Se a loucura chegar,
Deixe ela entrar.
Estou a esperar.

Estou cansado da normalidade.
Não aguento essa tal ansiedade.
O tempo passa rápido,
Mas todos dias são tão iguais.

Mãe,
Se a loucura chegar,
Deixe ela me levar
Para qualquer lugar.

Estou tão cansado,
Desanimado, sem motivação.
Talvez ela seja ...
Minha nova e velha  paixão.

Mãe,
Se a loucura chegar,
Que seja bem vinda,
Ao país das maravilhas.

Hoje é meu o desaniversário,
Amanhã também.
Quero viver cada segundo,
Como últimos e únicos.

Mãe,
Se a loucura chegar,
Vou me embora com ela.
De cá pra lá.

Vou comer e beber,
Desprezar a razão,
Deixar de lado essa normalidade
Viver a naturalidade ...

"A loucura às vezes é só uma incompreensão da razão.
Resultado da pertubação da nossa naturalidade, que é viver a vida."

Mentiras

Como são doce as mentiras inventadas?
Como são verdades tão sólidas?
Repostas tão certas de incertezas?
Como persistem por anos?

Um grande mentiroso,
Negaria tais palavras.
Responderia com falácias
Mascadas de contos e emoções.

Um ignorante humilde,
Na simplicidade das palavras,
E sem muitos argumentos,
Diria não saber, mas que era assim.

As mentiras mais bem contadas.
Prevalecem como verdades.
São respostas para um vazio
Incoerente de uma existência curta.

Como podem ser desfeitas
Depois de poucos milhares de anos?
Será que devem ser desmentidas?
A ignorância talvez seja dádiva.

A verdade pura é utópica.
Inalcançável, um sonho de criança.
Uma doce mentira,
Uma ironia da vida.

"As mentiras mais bem contadas, são verdades sólidas
até mesmo para seus autores."

Não sei

Não sei qual é a letra daquela canção,
Que me levava e impulsionava
Toda minha imaginação.

Foram bons tempos que esqueci
Nem sequer lembro como foram.
Será que realmente aconteceram?
Ou foram só minha imaginação?

Não sei quais são os próximas passos
Que devo dar para continuar.
Nem sei se devo voltar ou parar.
Desfaço minhas malas e tudo que sei.

Já carrego meus defeitos e futilidades.
Meios anseios e validades.
Quero somente minha ignorância.
Me basta a pobreza de espírito e fé.

Não sei qual é a letra daquela canção,
Que me levava e inspirava.
Esqueci qual era minha ambição.

Esqueci quais eram os objetivos.
As lutas, conquistas e vitórias
Nem lembro quais foram.
Mas os fracassos, talvez, sejam mais úteis.

Não sei o que falar ou o que devo fazer.
A ignorância é minha ciência
E, acho, que só tenho o que aprender.

Talvez seja mais difícil, 
Abandonar as convicções
E aceitar a ignorância

Não sei qual é a letra daquela canção,
Que me lembrava velhas ilusões.
Mas finjo cantar pelo menos o refrão

Aceito que tudo não passa de meras palavras
De uma singela e real confusão de versos
Sem continuidade e coesão.

Aceito que nada sei,
Da mesma forma que não acredito
Nessa velha canção, que não lembro.

"Só sei que nada sei" 

Tempo

O tempo passa a toda velocidade.
Devora o mundo, devora a vida.
Não há quem pare essa ferocidade.

São melodias impacientes
De um rock frenético.
De ritmos inconseqüentes.

Os minutos são migalhas de vidas perdidas.
Os segundos não existem, são como meros bits.
As horas são tão poucas e são meras medidas.

O tempo passa a toda velocidade.
Devora os deuses, demônios e anjos.
Não há quem pare essa ferocidade.

A batida rápida e rotineira da bateria,
Se perde sem um solo de uma guitarra.
A vida se perde na rotina e na teoria.

Não há tempo para lamentações
Você não está no paraíso nem no inferno, 
Assim mesmo, não há tempo para essas ilusões.

O tempo passa a toda velocidade.
Como um furação destruindo sonhos.
Não há quem pare essa ferocidade.

"O tempo tudo devora, tão rápido e agressivo,
como o próprio deus grego Chronos."

Um poema de uma utópica segunda

Amar é tudo
E mais um pouco.
Um sonho do outro.
Devaneio do viver.

É se embriagar com a vida.
Ser feliz num sonho.
Contemplar a beleza
Do amanhecer de qualquer dia.

Amar é tudo
E mais um pouco.
Um catavento
Contra o tempo.

É um sonhar eterno
De palavras misturadas,
Em plena segunda
De um semana inteira.

Amar é tudo
E mais um pouco.
É sentimento confuso
De alegria e tristezas.

É saborear a vida.
Sentindo os mais intensos gostos.
Beber um bom vinho,
Sentir cada gosto.

Amar é tudo
E mais um pouco.
É um rock incompreendido
Divino e humano.

 "Amar não é uma fragilidade, mas um eterna coragem 
de viver a vida e saborear cada gota."

Está certo ...

Está certo ...
Estou errado ...
O mundo gira para um lado
E giro para o outro.

O dia se desfaz ...
A noite prevalece,
Doce dama,
Sedutora da alma.

Está certo ...
Estou errado ...
Ando na contramão,
Em qualquer direção.

A noite começar
No fim do dia.
O dia começar
No fim da noite.

Está certo, estou errado ...
Nasci para viver,
Com  a unica certeza
Que vou morrer,

Viver é um mistério incerto.
Incerteza de um amanhã.
Que não existe,
Mais é tão próximo

Está certo, estou errado ...
Todos crêem em algo
Não creio em quase nada 
Pobre alma.

"As incertezas do amanhã se confundem com as certezas de hoje.
Também não entendo ..."

Mulheres

Lutando, são belas.
Falando, são belas.
Brigando, são belas.
Criando, são belas.

Maquiadas, são belas.
Nuas, são belas.
Perfumadas, são belas.
Bem vestidas, são belas.

Mas são raras as mulheres,
Verdadeiramente belas.
Mas são raras as mulheres
Naturalmente belas.

A falsa estética se enganou,
Confundiu a natureza.
A filosofia se arriscou 
Mencionou qualquer coisa.

As mulheres são belas,
Por serem mulheres
As mulheres são belas,
Por serem mais mulheres.

O jovem poeta, falso santo, 
Brincou com as palavras:
"A mulher é a perfeição 
Da criação de Deus"

O jovem bêbedo, 
Tropeçou nas palavras:
"O diabo por inveja,
Criou a mulher que é mais bela".

As mulheres são belas
De longe, de perto, 
De qualquer lugar.
São sempre belas.

"A beleza das mulheres é um mistério sem resposta.
Maldita sedução ..."

Um dia qualquer

Sem explicação,
No fim da tarde
E no começo da noite, 
Adentrar a solidão.

São poucas palavras,
De  fantasmas que assombram,
Apenas catando e brincando,
Como uma passageira emoção ...

Em qualquer lugar,
Desfazer as malas
Deixar de lado, afastada,
Toda preocupação.

Inventar algo para fazer,
Brincar com palavras,
Contemplar o silêncio
Tão distante e raro ...

Busca a contradição:
Que o ódio, seja o tal amor;
Que a violência, seja a paz;
Mas que o silêncio, seja o barulho.

Um dia qualquer,
Sem muita explicação,
Não querer nada.
Só paz no coração.

Um dia qualquer,
Sem muita explicação.
Sem belas palavras,
Sem emoção ...

 "Hoje é um dia qualquer, um fim de tarde sem muita emoção.
Dia de curtir a solidão? Doce contradição."

Ambição

Contradizer velhos provérbios,
Ditados por profetas desconhecidos,
Com sons belos de uma tal sabedoria.
Criados, reinventados e esquecidos.

Comer do fruto proibido.
Saborear a vida,
Sem medo das conquistas,
Fracasso, acertos e erros.

Assumir as conseqüências
E conhecer o bem e o mal,
Inventados, imaginados.
Uma ambição natural.

Almejar a conquista dos sonhos.
Desprezar a falsa modéstia
E entrar para vencer ...
Entretanto, fracassos fazem parte ...

"A ambição é algo natural, que na medida certa, faz bem a vida"