Doce Ignorância

Diria que não acredito em nada,
Que possam me contar ou inventar,
Mas seria uma breve falácia.
Mentir e negar tal inocência.

Mas o que posso dizer diante da ciência?
Incapaz de trazer todas as respostas.
Soberba em suas teorias e especulações.
Sou apaixonador por ela, mas infiel a razão.

Digo o mesmo da religião,
Tão boa caridade e tanta moralidade.
Os pecados ditados e sacrificados,
São como incoerências, inconsistências.

Sou um jovem apreciador da ignorância.
Me resta crer e compreender tão poucas coisas,
Não pelas respostas a todas as perguntas,
Sim pelas não respostas de todas a perguntas.

Não creio em deuses nem diabos,
Paraísos, infernos ou purgatórios.
Um anjo decaído, um demônio regenerado.
Levo comigo meus próprios demônios e anjos.


Diria que não acredito em nada,
Que possam me contar,
Mas acredito na curta mentira,
Inventada de qualquer criança.

Não compreendo os intelectuais,
Mas entendo os loucos.
Não sei fazer cálculos complexos,
Mas finjo compreender a poesia.

Doce é a ignorância,
Pois experimento 
Uma gota do néctar do mundo.
E ainda não compreendo a vida.

"Doce é a ignorância, a fé nas pequenas coisas,  
o viver simples de cada dia e o valorizar das breves alegrias."

Um comentário:

  1. Talvez no dia em que alguém conseguir me explicar o Big Bang sem falhas ou lacunas na teoria, talvez eu passe a admirar a ciência como ápice da razão. Mas entre acreditar nos 5%, 1%, 01% de confiança dos testes de hipóteses e sentir minha alma e toda a espiritualidade do ser e do viver, eu prefiro acreditar em Deus. Belo texto!

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