Viver ...

Viver a vida como ela é.
Acreditar nas ilusões,
Como a fé e o amor,
E nas ambições.

Acreditar nas mentiras
Que foram ditas quando criança.
Sonhar bons sonhos
E acordar e decepcionar.

Conhecer pessoas.
Encantar com suas qualidades.
Decepcionar com seus defeitos.
Perder e reencontrar.

Deparar com o presente.
Esquecer qualquer onisciência divina.
Desafiar o Destino, o deus cego,
Que não ver a beleza do acaso.

Aliar ao Caos
E descobrir a ordem
Viver as contradições
Incoerências de uma vida real

Viver a simplicidade
Enganar com a futilidade
Reconhecer os  erros
E a imaturidade.

Acertar e errar,
Mas aprender.
Ser feliz e sofrer,
Mas, mais que tudo, viver.


"Viver é um desafio pessoal, cheio de surpresas, 
desventuras em série e momento eternos."

Salve ao Dioniso, deus do vinho

Salve, salve ao meu amigo Dioniso
Deus do vinho, um louco inconseqüente
Mas conseqüência de seus pais
Como todos ...

Não sou um libertino, mas ele é meu amigo
O vinho, perfume suave e sedutor,
Bebida da cor do sangue e do tal do amor
Expande minha alegria e felicidade

Salve, salve ao Dioniso, meu amigo.
Ah, se as sátiras desse amor,
Desse perfume, desse sabor,
Fossem o toque real da divindade

Eu seria fiel seguidor
Desse deus  inventado,
Desse carpe diem,
Dessa ilusão que é o amor.

Se derramasse o vinho,
Bebida criada por um deus grego,
Servida ao homem cristão,
Sangue de uma paixão,

Não poderia evitar
As marcar dessa cor,
Suave e doce sabor
Dessa ilusão que é amor.

Salve, salve ao Dioniso, meu amigo
Embriagado pela própria criação.
É um fiel perseguidor do amor,
Das ilusões, das felicidades ...

Um deus que contempla
Uma bebida mortal.
Embriaga-se com o sabor,
Se perde com o perfume sedutor.

"Salve, salve a todos que procuram esse tal de sabor, esse aroma de vida."  

Beleza

Beleza divina
Pura e inocente perdição
Ecoa pelo mundo,
Encanta e é emoção

E jamais se pode negar
A beleza da criação.
Impossível é não comtemplar
Tamanha perfeição.

Não há defeitos,
Não há imperfeições,
São só contradições,
Diante da perfeição.

Porém é preciso aprender
A cantar a vida,
Viver o amanhecer
De cada momento

Errar a cada passo
E levantar a cada tombo
Tantas coisas, para entender
A beleza de cada momento

Beleza divina,
Masjestade do viver
Contemplar e cantar
Viver e aprender

Palavras de brincadeira
Se transformam em poemas.
Se misturam com desejos.
São pequenas emoções e confusões.

"Contemplar a beleza é um ato inocente, uma semente de desejo,
regrada de respeito e devoção, as vezes sem, pois sempre há a contradição."

Fragilidade Humana

Viver é um ato voluntário,
Um esforço de cada dia.
Sobreviver é um auto-reflexo,
Uma rotina diária.

Ambas as atitudes diante
Da doença, da fraqueza,
Da morte e da tristeza,
Denotam a fragilidade humana.

A fragilidade humana não tem o que apreciar.
É a impotência diante da dificuldade.
Às vezes é uma oportunidade
Para crescer para deixar certas utopias.

Entretanto, jamais será possível negar
Ou, na prepotência, subjugar
Quem se depara com a fragilidade
De nossos corpos e de nossas mentes.

Pois a perda é algo irreparável.
Talvez seja superável.
Mas as palavras nem sempre são suficientes,
Utopia é acreditar que sempre são confortantes.

A fragilidade humana
Se expressa definitivamente
Com a morte, com o fim,
Com a escuridão.

Morte que é tão definida,
Mas vem de surpresa,
Apesar dos sinais,
Leva um pedaço de cada um.

“Apesar dos defeitos de cada um, diante das fragilidades humanas, todos estão sujeitos ao fim. A perda de um membro da família é algo ruim”

Nostalgia

Nostalgia, sensação do encontro.
Confunde-se com a saudade
E perde-se no desencontro,
Mas é velha amiga da felicidade.

Quando criança,
Tudo era tão grande
E cheio de graça e intensidade,
Meras vaidades.

Hoje, tudo é tão pequeno,
Rápido e passageiro.
Resta a grande felicidade
Da saudade.

As obrigações e o acaso
Leva-nos aos felizes encontros
De amigos e lugares
Que se perderam nos desencontros.

Ah, se aquela velha pintura,
Tivesse a mesma cor
Dos vários anos passados
Ilusão seria esquecer a dor.

Tamanha é a nostalgia que sinto,
Vício da saudade confusa
Dos tempos que se passaram,
Doce dor de velhas felicidades.

Ah, nostalgia que não termina
É bela e sedutora amiga
Sempre me conquista
Como posso evitar?

“As celebrações são tentativas, às vezes utópicas, de reviver momentos marcantes. Alimentar o vício da nostalgia com encontros ao caso é algo tão natural da vida.”

Uma aprendizagem

A vida nos apresenta tantas coisas,
Desde sonhos a desejos que nos levam às alturas.
Tudo é parte de uma aprendizagem.

Não acredito no céu,
Muito menos no inferno.
A vida é tão única e preciosa.

Não dá para fazer tudo que desejamos
Nem esperar que a utopia se realize.
O tempo é muito curto.

A nossa fragilidade física
É vista nas guerras e catástrofe da natureza.
Nada pode deter a morte (Talvez a fé).

Fé que a poucos resta
Que diante do desespero pode brilhar
Ou se apagar como uma vela.

Essa é a nossa realidade humana.
Somos mais frágeis do que imaginamos.
Por isso, tantos se agarram ao poder, às riquezas ...

Porém ...
Se o poder fosse forte, não cairia.
Se as riquezas fossem eternas, não acabariam.
Se o homem fosse imortal, não morreria.

Ser fraco, ser frágil, não é ruim.
Chorar não é desumano, pelo contrário,
É mais humano do que muitas coisas.

Mostra como necessitamos do outro.
É daí que vem a existência humana,
O sentido da vida, não está no “eu”.

É difícil negar as palavras:
“Amai-vos uns aos outros”.
Seria negar o sentido da existência.

Amar não é sobre-humano,
Faz parte da natureza humana.
Que nos encanta.

Não é o suficiente nem tudo na vida,
Mas é o início para se construir algo
Que depende de nosso esforço.

"Se tivesse que escolher entre a eternidade de um deus grego e ser mortal,
escolheria ser mortal, pois cada dia é tão único que a eternidade tiraria
o seu valor e poderia torná-lo banal."